15 de fevereiro de 2013

CINQUENTA TONS DE CINZA (E L JAMES)


Resumir 50 Tons de Cinza é bem simples!

Uma mulher, Anastásia Steele de 21 anos, virgem, insegura de TUDO, estabanada, prestes a se formar em Literatura Inglesa vai fazer uma entrevista com o multimilionário Christian Gray porque sua melhor amiga, a pessoa quem iria fazer a entrevista, adoeceu.  Chegando para fazer a entrevista, ela se depara com Gray, um homem de 27 anos, charmoso, com o corpo escultural e super educado. Desde então, os dois sofrem atração mútua, Christian não para de perseguir Anastásia por motivos de possuir uma incontrolável sede de controle sobre tudo e todos e ela acha legal e faz tudo o que ele manda.

Bom, li esse livro pro dois motivos: porque vou dá-lo de presente a alguém por causa de uma corrente virtual que aconteceu há um tempo atrás e porque todo mundo não para de comentar sobre os 50 Tons e suas, digamos, “peripécias”!

O único problema é que estou sentindo uma enorme dificuldade em resenhar algo que não tem uma história concisa, afinal, todos sabemos que 70% da fama da trilogia (pois é, quando você acha que ninguém consegue piorar, piora!) vem das cenas de sexo! Não que isso seja um problema, claro que não é!... o problema é que a maior parte das leitoras ainda não se tocaram que este livro é pornográfico. Sim! Iguais aqueles de canais de internet, iguais aqueles dos canais fechados e CODIFICADOS das televisões à cabo...  e é mais semelhante ainda aos filmes noturnos da Band: uma cena de sexo picante e cheia de detalhes, depois vem uma historinha que você sabe que não acrescentará em nada que que pode ser negligenciada sem nenhuma alteração no entendimento do livro e depois vem mais outra cena de sexo picante e cheia de detalhes.

Outro problema que vejo é que se você for agora em qualquer livraria, encontrará este título, assim como os outros dois da trilogia, expostos na primeira prateleira, em destaque. Bem, nenhum deles estará lacrado, fazendo com que, qualquer pessoa possa abri-los e ler... qualquer pessoa, inclusive crianças, e eu acredito muito que os assuntos sobre sexo não devem ser desviados mas que existe uma certa faixa etária para que esse assunto seja introduzido sem possíveis traumas.

“Ah, Luiza, mas a trilogia é o conto de fadas moderno!”
Os contos de fadas que eu costumava a ler, tinha história, tinha significado e tinha até a famosa “moral da história”, o que não existe de forma alguma em 50 Tons de Cinza é alguma mensagem positiva a ser passada.

E agora vem a cereja do bolo! Uma coisa que me entristece muito sobre a fama deste livro é alguns fatos que ficam muito claros quando uma leitora (a esmagadora parte é composta por mulheres) afirma que este livro é o melhor livro de todos os tempos. Não vou negar que em todo o livro, Christian Gray é sim muito galanteador com Anastásia e quando eles transam, mesmo que exista uma relação sadomasoquista de dominante e submissa, ele afirma que o maior prazer dele é dar prazer à ela e que ao contrário do que ela acha, quem possui o maior controle da situação é ela, não ele! Fora os vários presentes que ele dá e ele, simplesmente, sabe de tudo que ela gosta. Se não sabe, procura saber e tenta agradá-la. Agora eu pergunto: que mulher que não desejaria um Christian Gray? Simples! Aquelas que não estão nem ao mínimo satisfeitas com seu relacionamento (porque quem lê o livro e não está em um relacionamento e gosta da literatura, é virgem)! Quem é a pessoa que estando em um relacionamento, não importando se é hétero ou homoafetivo, não deseja alguém que a satisfaça e que saiba exatamente o que você quer e quais são os seus gostos. Perguntar à uma mulher se ela gostou ou não de 50 Tons de Cinza, pelo menos, é uma forma bem simples de fazer um levantamento de quais pessoas estão satisfeitas ou não em seus relacionamentos; e a maioria não está! Pior! A maioria insatisfeitas são mulheres casadas, muitas já mães.

Esse efeito indireto que o livro causou mostra que o surgimento dele não foi de todo ruim, mas as pessoas deveriam avaliar mais esses dados que ele ajudou a levantar. Porque, talvez, se essas insatisfações fossem “tratadas” muitas pessoas estariam situações melhores na vida (é sabido que quando alguém tem problemas em um relacionamento ela começa a espelhar o acontecimento em vários setores de sua vida), estariam mais felizes e não iriam achar uma cultura inútil dessa a obra mais perfeita já escrita.

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