FICHA TÉCNICA
ISBN: 8535907254
Edição: 01/2005
Idioma: Português (Portugal)
Número de páginas: 208
Companhia das Letras
“Porque
cada um de vós tem a sua própria morte, transporta-a consigo num lugar secreto
desde que nasceu, ela pertence-te, tu pertences-lhe.”
No
primeiro dia de um ano, cansada de ouvir as pessoas proferindo palavras de ódio
sobre seu trabalho, a morte decide suspender seu serviço. Desde então, uma onda
de patriotismo envolve o país fabuloso onde a história se passa. Os habitantes
comemoram, hasteiam bandeiras e se acham sortudos por poderem desfrutar da
“vida eterna”. Este clamor cessa quando percebem que mesmo que algumas pessoas
estivessem agonizando em seus leitos de morte, elas simplesmente não
morriam. Os empresário dos serviços
funerários se veem desprovidos de matéria prima; as hospitais e asilos excedem
sua lotação máxima; as companhias de seguros entram em crise; o primeiro
ministro não sabe o que fazer e o cardeal imagina o fim da igreja porque “ sem
morte não há ressurreição, e sem ressurreição não há igreja.”. Para viver, é
necessário morrer. Em um segundo momento do livro, a própria morte se torna o
foco da narração. Sabiamente o autor explora “humanização” de sua tão temível
personagem.
Desde
o momento que li pela primeira vez a sinopse desse livro, me foi despertada uma
vontade enorme pela leitura (e compra) dessa história. Achei muito perspicaz a
abordagem do tema “vida eterna”. Afinal, quem nunca quis viver mais que o
suficiente? Com isso, Saramago nos mostra como seria o cenário caso tal coisa
acontecesse e deixa claro que viver pra sempre não é não sofrer. Caso alguém
sofresse algum acidente, ou tivesse alguma doença terminal a única coisa que
não iria acontecer seria a consumação da morte, mas toda a dor e agonia seria
sofrida pelo enfermo e o pior, também sofreriam as pessoas mais próximas por
verem um ser querido não podendo ser confortado pelo manto da morte.
A
segunda parte do livro, pra mim, é a mais interessante! Não entrarei em
detalhes para não atrapalhar a leitura, nem a curiosidade de você que está
lendo esta resenha. Nesta parte a morte se torna a personagem principal da
narrativa e descobrimos sobre seu cotidiano e logo se vê perante a um problema e
a cada medida que ela toma fica mais evidente a sua humanização e preocupação.
A
união de todos esses detalhes e momentos nos revela um final surpreendente quem
mesmo que fosse revelado a um leitor antes deste efetuar a leitura não iria
atrapalhar em nada, só iria aguçar mais sua curiosidade e a pergunta que iria
ficar seria “Como isso foi acontecer?”.
Particularmente,
acho a leitura do Saramago meio densa. Como tenho dificuldades em prestar
atenção em alguma coisa, tive de ler este livro (assim como outros dele) apenas
em casa onde tenho o mínimo (ou não) de ruído possível. Algumas dicas que acho
válida são: tenha concentração e esteja confortável para ler senão irá perder
toda a riqueza da leitura de um livro de José Saramago.
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