Bom, neste post não escreverei uma resenha pois não
considero um livro de poemas como sendo um livro... o considero como um diário.
Desde o primeiro ano que estudei em um curso preparatório
para vestibulares e no edital de um certo exame era especificado algum poeta, lembro-me
bem que tínhamos que-muita das vezes, antes de ler e interpretar seus poemas-
estudar sua vida, a era literária em que ele escreveu suas obras e o contexto
histórico que ele viveu. Daí sempre pensei: como assim um poema é apenas uma
criação? Simplesmente não é! É mais que uma criação... é uma vida vivida
transcrita em rimas, ritmos e floreios. Poemas são crônicas sucintas, observações e
seguem o ditado “conte o milagre, mas não conte o nome do santo.”. E podem ter
certeza, um leitor só se identifica com algum poema se este descrever algum
fato vivenciado por quem faz a leitura.
Não digo que não gosto de poemas, não é minha primeira
opção literária, mas também não nego o “fogo” de... ainda mais que este livro
me foi dado de presente e tenho uma certa simpatia pela Martha Medeiros. Porém,
no meu ponto de vista, para ler bem um poema tem-se que sentir o mínimo de
conforto e intimidade com o autor, pois este, no momento em que o leitor abrir
seu livro, irá começar a contar detalhes íntimos de sua vida ou “fofocar” sobre
a vida dos outros.
Por todas essas paranoias (ou não) descritas acima é que
eu sinto um pouco de vergonha ao ler poesias... algum podem dizer que músicas
também são poesias! Sim... em partes. Na maioria das vezes, quando alguém
escreve uma letra, pra encaixá-la na melodia, alguns versos serão trocados, o
contrário também acontece, o que faz com que o produto final não descreva tanto
a vida de seu criador.
Enfim, sobre o livro! Acho que a Martha Medeiros é a
poetiza e cronista que mais consegue atingir o leitor. Neste livro, houveram
muitos poemas que me identifiquei, que achei bonito e que valeriam uma
recitação para alguém. Martha é uma mulher moderna que se sentiu frustrada com
a profissão que exercia e viu com bons olhos a mudança de país que poderia
sofrer já que seu marido tinha recebido uma proposta de emprego no Chile. Lá,
começou a escrever poesias e quando voltou para o Brasil, começou a trabalhar
como cronista e desde então sua carreira literária deslanchou.
Ótima desbravadora do universo feminino, sensivelmente,
consegue tocar a alma de suas leitoras. Talvez por isso eu tenha me
identificado com ela, talvez por isso que toda mulher que a leia, pode até não
se apaixone, mas irá se identificar o mínimo que for.
Assim como a criadora, as “mulheres de Martha” são
fortes, modernas, fazem sexo quando querem, na hora que querem e com quem elas
queiram e não ficam, de forma alguma, cômodas em uma situação que lhes desagrada.
Então, se você se identificou com este universo, leia sem medo e se sinta
confortabilíssima com Martha!
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