24 de dezembro de 2013

O SIGNO DOS QUATRO (SIR ARTHUR CONAN DOYLE)

FICHA TÉCNICA
ISBN: 9788572327770
Idioma: Português (Brasil)
Número de páginas: 143
Martin Claret

QUANTAS VEZES EU JÁ DISSE QUE, TENDO ELIMINADO O IMPOSSÍVEL, AQUILO QUE RESTA, AINDA QUE IMPROVÁVEL, DEVE SER A VERDADE?

O Signo dos Quatro é um romance policial escrito por Sir Arthur Conan Doyle, publicado originalmente pela Lippincott’s Magazine em fevereiro de 1890, sendo a primeira edição em formato de livro publicada em outubro do mesmo ano. É a segunda história da saga do detetive Sherlock Holmes.

*CONTÉM SPOILER*

O livro que segue Um Estudo em Vermelho, continua com a saga de Dr. Watson e seu amigo, o maior detetive de toda a Inglaterra. O médico ainda possui algumas dúvidas em relação ao talento de Sherlock Holmes, dúvidas essas que não resistem ao mais novo e complicado caso que chega até a dupla.

Neste livro a narração continua sendo de Watson. Isso facilita bastante o entendimento da trama, já que o mesmo, assim como os leitores, tem o raciocino mais lento que o de Holmes e na maioria das vezes todas as dúvidas do doutor são as mesmas que temos. Assim, quando ele pergunta abertamente como o detetive chegou à conclusão, é explicado detalhadamente, sem nos deixar com dúvida de como a mente de Holmes é excepcional.

Somos também introduzidos a mais um policial da Scotland Yard, mas que em termos de participação na trama, no início, me lembrou bastante Lestrade, já que, Sherlock sempre faz questão de ressaltar a falta de capacidade dos mesmos, uma vez que sua própria mente continua impecável e sempre um passo à frente de qualquer outro que tente desvendar o caso. Também ficamos sabendo um pouco mais sobre o vício de Holmes nas drogas, com alguns momentos em que abordam assuntos como a cocaína e sua necessidade quando não existem casos a serem desvendados.

O livro começa com um Sherlock Holmes extremamente entediado pela ausência de trabalho. Até mesmo depressivo, por não ter um crime para desvendar.

Contudo, esse quadro logo muda, quando a jovem Srta. Mary Morstan vem recorrer a sua ajuda, a fim de solucionar o desaparecimento misterioso do pai, um oficial que servia na Índia. O homem havia tirado licença e escreveu para a filha, dizendo que iria para a Inglaterra a fim de visitar a família. Entretanto, quando ela vai ao hotel em que ele se hospedara, sua bagagem continuava ali, mas o homem desaparecera sem deixar rastros. Anos haviam se passado. Mais dois detalhes peculiares rondavam o caso: todos os anos, a jovem passou a receber na mesma data, uma caixa contendo uma pérola, que, segundo peritos, era rara e valiosa; além disso, na data em que procura a ajuda de Holmes, ela havia recebido um bilhete misterioso, solicitando que se encontrasse com alguém a fim de obter justiça, já que ela havia sido prejudicada. Assim, Holmes, agora animado com o caso que batera à sua porta, e Dr. Watson, vão junto da moça ao encontro solicitado, dando, assim, início a uma investigação que leva a um final inesperado, com direito a reviravoltas e descobertas que dificilmente algum leitor irá prever.

O autor segue a mesma linha de Um Estudo em Vermelho em que o assassino é identificado com extrema rapidez logo na primeira metade do livro. O restante é dedicado ao depoimento do criminoso, que conta sua história e os motivos que o levaram a cometer o delito. Outro ponto que aproxima as duas obras é o fato de que o crime se desenrola a partir de uma vingança.

Apesar de algumas semelhanças, cada livro tem sua particularidade e o objetivo aqui não é compara – los. Porém, como se trata das primeiras obras do autor, é impossível deixar de observar certos detalhes em suas estruturas. Percebe – se certo aperfeiçoamento no que se refere à trama, pois O Signo dos Quatro vai muito além da coleta de pistas e das deduções, há ação. Tanto Holmes quanto Watson passam por uma situação em que suas vidas correm risco e é justamente este o diferencial.


Sherlock Holmes continua sendo um exímio observador e, com instintos extremamente apurados e com sua incrível capacidade lógica, supera qualquer detetive da Scotland Yard. A trama mostra o quanto Holmes é peça chave na solução dos crimes londrinos. Além da narrativa de investigação e suspense, o que marca os textos de Conan Doyle são as características marcantes de Holmes. Em O Signo dos Quatro temos, mais uma vez, todas essas características presentes em grande estilo, sendo elas fundamentais para que o personagem atravesse séculos, e mesmo assim continue sendo um dos mais conhecidos e célebres investigadores, não apenas da literatura, mas também do cinema, teatro e da TV.

***RESENHA POR DHIEGO ALPIN***

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