3 de junho de 2013

SLASH (SAUL HUDSON E ANTHONY BOZZA)

                                       FICHA TÉCNICA
I.S.B.N.: 9788500022982 
Edição : 1 / 2008
Idioma : Português
Número de Paginas : 448
Ediouro

Slash é um livro autobiográfico escrito por Saul Hudson, o próprio, em parceria com o jornalista americano Anthony Bozza. O livro foi lançado em 27 de outubro de 2007 no Reino Unido, chegando no início de 2008 no Brasil.

Slash narra de modo incrivelmente sincero e direto a sua história, desde as alucinadas corridas de bicicross pelas ruas de Los Angeles e os primeiros furtos da juventude, até a conquista do mundo com o Guns n' Roses e sua consequente e incontrolável deterioração. Sem a pudor algum na escrita, em diversos momentos pode – se ler frases diretas de Slash, cuja intensidade não foi filtrada ou censurada pelo co – autor e revisor Anthony Bozza.

Da adolescência raivosa até as raízes do que viria ser o Guns n' Roses, o livro traz diversos acontecimentos marcantes que, página por página, se desdobram em momentos cômicos, confusões e problemas graves. Se pairava no ar alguma dúvida sobre a origem da violência e agressividade que a banda deixava transparecer no início de sua carreira, ela se esgota na leitura deste livro. Neste ponto não se trata de marketing ou sensacionalismo realmente o Guns n' Roses era, de fato, a banda mais perigosa do mundo. Seus membros desfrutavam de uma união impulsionada pela pobreza. A fase mais criativa do Guns n' Roses, justamente a que precedeu a gravação de "Appetite for Destruction", era sustentada por poucas refeições, porres intermináveis, sexo, drogas, prisões e algazarras, nessa época o Guns apresentava – se em pocilgas literalmente banhadas à vômito e causava tumulto onde quer que fosse. Todas essas experiências são retratadas com uma vivacidade marcante.


A narrativa sobre o crescimento do Guns n' Roses representa o momento mais relevante do livro, não apenas pelo fato de dar ao leitor a chance de acompanhar boa parte do processo de composição das canções que formataram os álbuns da banda, mas também por evidenciar a dificuldade com que a o grupo se firmou e a facilidade com que ruiu. A deterioração da banda é mostrada por um viés tocante, que chega a angustiar, desde a expulsão de Steve Adler até o enclausuramento psicológico de Axl, Slash pincela um quadro tortuoso e, em nenhum momento, se esquiva de suas próprias responsabilidades. Ainda que indiretamente, assume que parte dos efeitos que derrubaram o Guns vieram da dificuldade de comunicação entre os integrantes, inclusive dele mesmo. A conturbada relação com Axl também é alvo de explicações, desde a cumplicidade do início da carreira até o afastamento total na metade da década de 90, mas sem objetivar ofensas ou algo semelhante, apesar de contar a história sob seu ponto de vista, Slash foi sensato a ponto de tecer vários elogios e criticar de modo comedido a postura de Axl, visto que esta foi à razão fundamental de sua saída.

O mergulho profundo de Slash nas drogas e sua luta em reabilitar – se também merece destaque. Chega a espantar a lucidez com que o ele relata suas alucinações e o sofrimento com as intermináveis crises de abstinência enfrentadas com a esperança de abandonar o uso praticamente cotidiano de heroína, cocaína, crack, LSD, dentre muitas outras, que sucedeu a explosão de "Appetite for Destruction" no mundo. Neste ponto, certamente quem merece aplausos é Anthony Bozza, que conseguiu conduzir o relato de
Slash por uma trilha nítida e clara mostrando o preço cobrado por tal estilo de vida. Essa rotina do Guns n' Roses foi explicitada com um cuidado interessante é possível "passear" pelos tormentos de Izzy com as drogas e seu afastamento súbito para a reabilitação própria; pelos sucessivos atrasos de Axl e seu temperamento imprevisível, que causaram estragos em boa parte da turnê dos Illusions; e pelo esfacelamento gradual do Guns n' Roses com questões contratuais inimagináveis em uma banda que surgiu, literalmente, do fundo do poço.

Narrado em primeira pessoa com linguagem bem informal, o livro possui uma narrativa muito boa, quase uma conversa de bar. Recheado de fotografias do arquivo pessoal de Slash, o que ilustra muito bem a sua jornada. Quem é fã do Guns N’ Roses, precisa ler e ter esse livro. Se simplesmente gosta de boa musica, vale muito a pena conhecer a história desse ícone chamado Slash.

***RESENHA POR DHIEGO ALPIN***

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