FICHA TÉCNICA
ISBN: 9788577992256
Edição: 01/2012
Idioma: Português (Brasil)
Número de páginas: 385
Bestbolso
Dragão Vermelho é o segundo romance de Thomas
Harris e o primeiro livro da série de suspense que envolve o personagem Dr.
Hannibal Lecter. Foi publicado pela primeira vez em 1981 nos EUA e em 1983 no
Brasil.
O livro serviu de base para a produção do
filme Caçador de Assassinos (Manhunter) em 1986. Houve uma refilmagem em 2002,
com a presença de Anthony Hopkins no papel de Hannibal Lecter, desta vez
intitulado Dragão Vermelho.
*CONTÉM SPOILER*
Quando trabalhava como agente do FBI, Will
Graham conseguiu reunir provas suficientes para condenar o canibal Dr. Hannibal
Lecter. Depois do episódio, decidiu mudar – se para a Flórida com sua família,
mas seus dias de tranquilidade são interrompidos quando seu antigo chefe, Jack
Crawford, lhe pede para investigar uma série de assassinatos misteriosos.
Graham começa a seguir as pistas do cruel criminoso conhecido como Fada do
Dente. Logo percebe que para captura – lo será preciso compreender sua mente
doentia. Para isso, entretanto, Graham terá de enfrentar seus fantasmas e pedir
ajuda ao Dr. Lecter, o que pode ter consequências desastrosas.
O momento do grande reencontro entre Lecter e
Will Graham é extremamente tenso. A conversa entre os dois é simples mas muito
perturbadora, e facilmente podemos perceber o quanto o personagem de Lecter é
bem estruturado. Me flagrei pensando o quanto Harris teve que pesquisar para montar
seu personagem que se tornou um dos personagens serial killers mais famosos do
mundo. A forma como, em poucos minutos, ele consegue entrar na cabeça de Graham
e faze – lo se questionar, duvidar de si mesmo. Porém, entre essa aparição e
uma breve comunicação de Lecter com o novo serial killer e algumas poucas
cartas enviadas a Graham é tudo o que temos de Lecter no livro. Isso me incomodou
um pouco, pois a capa do livro nacional leva a frase: “Primeiro thriller com
Hannibal Lecter”, e por conta disso eu esperava ver mais de Lecter em ação.
O serial killer que dá título ao livro, é apelidado
cruelmente pela imprensa e pela
polícia de “Gay – dentuço” (uma tradução não
muito apropriada do original “Tooth Fairy”
que literalmente significa ‘Fada do
Dente’), é na verdade Francis Dolarhyde. Francis é obcecado pelo quadro “The Great Red Dragon and the Woman Clothed
in Sun”, de William Blake (à direita) e acredita possuir não só a força
física, mas também a força mental do dragão vermelho. O personagem é muito bem tracejado
e a minha percepção quanto a ele, fisicamente, mudou muito ao longo da minha
leitura. O autor também nos mostra o motivo de Dolarhyde ser como é ao
revisitarmos o seu passado. Aliás, esse foi um dos poucos, se não o único,
serial killer que eu vi ter uma oportunidade de redenção e achei o desfecho
muito surpreendente.
A narrativa divide – se entre o ponto de
vista de Will Graham e Francis Dolarhyde; entre o presente e o passado, sempre
em terceira pessoa, e isso funcionou muito bem nesse livro, enriquecendo e
dando várias informações ao leitor, que não teria se não fosse por essa
dinâmica. Esta forma de escrita foi interessante, pois nos faz mais atentos aos
mínimos detalhes, instigando a tentar pensar no próximo passo, o próximo
acontecimento, a próxima morte.
Prever os é acontecimentos do enredo
praticamente impossível e dá pra realmente sentir desespero ao virar das
páginas em alguns momentos mais fortes. Aliás, despertar os mais variados
sentimentos ao longo da leitura me pareceu ser um dom de Harris, é possível
sentir medo, nojo, pena, compaixão, terror, alívio, desprezo, tudo ao mesmo
tempo.
Com um desfecho inesperado, Dragão vermelho apesar
de não ter sido exatamente o que eu esperava e entrou pra minha lista de livros
favoritos, com certeza é uma leitura que vale a pena pra quem gosta do gênero.
***RESENHA POR DHIEGO ALPIN***
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