31 de março de 2013

DRAGÃO VERMELHO (THOMAS HARRIS)

FICHA TÉCNICA
ISBN: 9788577992256
Edição: 01/2012
Idioma: Português (Brasil)
Número de páginas: 385
Bestbolso


Dragão Vermelho é o segundo romance de Thomas Harris e o primeiro livro da série de suspense que envolve o personagem Dr. Hannibal Lecter. Foi publicado pela primeira vez em 1981 nos EUA e em 1983 no Brasil.

O livro serviu de base para a produção do filme Caçador de Assassinos (Manhunter) em 1986. Houve uma refilmagem em 2002, com a presença de Anthony Hopkins no papel de Hannibal Lecter, desta vez intitulado Dragão Vermelho.

*CONTÉM SPOILER*

Quando trabalhava como agente do FBI, Will Graham conseguiu reunir provas suficientes para condenar o canibal Dr. Hannibal Lecter. Depois do episódio, decidiu mudar – se para a Flórida com sua família, mas seus dias de tranquilidade são interrompidos quando seu antigo chefe, Jack Crawford, lhe pede para investigar uma série de assassinatos misteriosos. Graham começa a seguir as pistas do cruel criminoso conhecido como Fada do Dente. Logo percebe que para captura – lo será preciso compreender sua mente doentia. Para isso, entretanto, Graham terá de enfrentar seus fantasmas e pedir ajuda ao Dr. Lecter, o que pode ter consequências desastrosas.

O momento do grande reencontro entre Lecter e Will Graham é extremamente tenso. A conversa entre os dois é simples mas muito perturbadora, e facilmente podemos perceber o quanto o personagem de Lecter é bem estruturado. Me flagrei pensando o quanto Harris teve que pesquisar para montar seu personagem que se tornou um dos personagens serial killers mais famosos do mundo. A forma como, em poucos minutos, ele consegue entrar na cabeça de Graham e faze – lo se questionar, duvidar de si mesmo. Porém, entre essa aparição e uma breve comunicação de Lecter com o novo serial killer e algumas poucas cartas enviadas a Graham é tudo o que temos de Lecter no livro. Isso me incomodou um pouco, pois a capa do livro nacional leva a frase: “Primeiro thriller com Hannibal Lecter”, e por conta disso eu esperava ver mais de Lecter em ação.

O serial killer que dá título ao livro, é apelidado cruelmente pela imprensa e pela
polícia de “Gay – dentuço” (uma tradução não muito apropriada do original “Tooth Fairy” que literalmente significa ‘Fada do Dente’), é na verdade Francis Dolarhyde. Francis é obcecado pelo quadro “The Great Red Dragon and the Woman Clothed in Sun”, de William Blake (à direita) e acredita possuir não só a força física, mas também a força mental do dragão vermelho. O personagem é muito bem tracejado e a minha percepção quanto a ele, fisicamente, mudou muito ao longo da minha leitura. O autor também nos mostra o motivo de Dolarhyde ser como é ao revisitarmos o seu passado. Aliás, esse foi um dos poucos, se não o único, serial killer que eu vi ter uma oportunidade de redenção e achei o desfecho muito surpreendente.

A narrativa divide – se entre o ponto de vista de Will Graham e Francis Dolarhyde; entre o presente e o passado, sempre em terceira pessoa, e isso funcionou muito bem nesse livro, enriquecendo e dando várias informações ao leitor, que não teria se não fosse por essa dinâmica. Esta forma de escrita foi interessante, pois nos faz mais atentos aos mínimos detalhes, instigando a tentar pensar no próximo passo, o próximo acontecimento, a próxima morte.

Prever os é acontecimentos do enredo praticamente impossível e dá pra realmente sentir desespero ao virar das páginas em alguns momentos mais fortes. Aliás, despertar os mais variados sentimentos ao longo da leitura me pareceu ser um dom de Harris, é possível sentir medo, nojo, pena, compaixão, terror, alívio, desprezo, tudo ao mesmo tempo.

Com um desfecho inesperado, Dragão vermelho apesar de não ter sido exatamente o que eu esperava e entrou pra minha lista de livros favoritos, com certeza é uma leitura que vale a pena pra quem gosta do gênero.

***RESENHA POR DHIEGO ALPIN***

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