7 de setembro de 2014

O DOCE VENENO DO ESCORPIÃO – O DIÁRIO DE UMA GAROTA DE PROGRAMA (RAQUEL PACHECO E JORGE TARQUINO)

FICHA TÉCNICA
ISBN: 8576950170
Idioma: Português (Brasil)
Número de Páginas: 172
Panda Books




PRAZER, MEU NOME É RAQUEL. MAS PODE ME CHAMAR DE BRUNA.

O Doce Veneno do Escorpião – O Diário de uma Garota de Programa é um livro autobiográfico escrito por Raquel Pacheco, Bruna Surfistinha, em parceria com o jornalista e Ghost Writer Jorge Tarquino, sendo publicado em 2005 pela editora Panda Books.

O livro serviu de base para a produção do filme Bruna Surfistinha em 2011, com Deborah Secco, Cássio Gabus Mendes, Drica Moraes e Fabíola Nascimento nos papeis principais.

Raquel Pacheco era uma menina adotada, dividiu sua infância com mais duas irmãs – filhas biológicas do casal; e tinha complexos com sua altura e sua “forma de barril”. No desenrolar do livro ela conta uma parte de sua adolescência, seus relacionamentos com rapazes, e moças, sua vida de colegial, onde o limite sempre era desafiado.

Raquel torna-se uma adolescente problemática e o tratamento frio de seus pais, depois de diversas atitudes condenáveis que ela tomou, faz com que tenha uma decisão drástica. Tendo em vista as poucas possibilidades para uma garota da sua cidade, ela decide se tornar uma garota de programa, atendendo agora pelo nome de Bruna.

Durante sua vida adúltera, Raquel vivencia várias situações e as descreve, de forma chocante e algumas, ao mesmo tempo, cômicas. Ela descreve alguns casos reais vivenciados com seus clientes, dando vários detalhes e características, de seus programas, e durante a narrativa ela conflita com o seu eu verdadeiro a prostituta. Ela narra ainda, os bastidores deste mundo prostituído, inclusive a utilização de diversos tipos de drogas, onde seu consumo torna-se cada vez mais compulsivo.

Seus relatos são escritos de forma simples, coloquial, incluindo alguns palavrões, contudo, a descrição dos momentos sexuais não são puramente vulgares, isso acontece porque o foco do livro não é alimentar as fantasias do leitor. Apesar de ter um grande apelo sexual, o objetivo de Bruna foi passar sua experiência de vida.

O Doce Veneno do Escorpião – O Diário de uma Garota de Programa não é um livro excepcional, mas também não pode ser encarado simplesmente como uma diversão para se ler no fim de tarde. Mesmo sendo um livro consideravelmente leve, com uma linguagem fácil, ele possui um nível de comoção que é, sem dúvida, admirável. Raquel organiza os acontecimentos a serem narrados sem o estabelecimento de um tempo definitivo, ficando difícil saber de qual momento Raquel escreve e imprimi suas opiniões, o que deixa a narrativa bastante interessante. Fora os detalhes de escrita que, sim, é muito pobre, a forma vulgar e simples foi proposital para que o diário parecesse mais realista. É interessante lê-lo e conhecer a ponta do iceberg que é a vida de garotas de programa, um assunto muitas vezes proibido, e sempre polêmico. A obra ajuda a desvendar o tabu da prostituição, reumanizando as garotas de programa e mostrando, também, que elas têm consciência das consequências de seus atos.

***RESENHA POR DHIEGO ALPIN***

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