17 de março de 2013

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS (LEWIS CARROLL)


Esse livro não me veio como tantos outros que já li, foi um livro lido em PDF, em um tempo ocioso como o qual eu não poderia fazer mais nada. Entre uma infinidade de arquivos disponíveis, escolhi esse, confesso que pelo número de páginas (125). Não sei se de tanto ouvir, se de imaginar, ou se por ter visto o filme, eu já tinha uma pré-concepção do que as páginas me reservavam. Pois foi com surpresa que vi tudo se desconstruir, e essa é a mágica do livro, qualquer livro! Não para Alice, que diz logo nas primeiras linhas: “– E para que serve um livro [...] sem figuras nem diálogos!” (CARROLL, 1865, p.5).

Alice no País das Maravilhas foi um livro que me cativou mais do que eu esperava, com uma narrativa cheia de diálogos e uma dinâmica gostosa e diferente. Logo de cara me identifiquei com a Alice, sua estimação por gatos e sua curiosidade imaginativa e preguiçosa.

“Então, ela pensava consigo mesma (tão bem quanto era possível naquele dia quente que a deixava sonolenta e estúpida) se o prazer de fazer um colar de margaridas era mais forte do que o esforço de ter de levantar e colher as margaridas...” (CARROLL, 1865, p.5).

A partir desse pensamento, Alice passa de um estágio letárgico, para o sono, que vem em formato de sonho alucinógeno que ela não distingue da realidade. Pensei logo de cara que o Lewis Carroll tinha “fumado um” pra escrever esse livro, no mínimo! Ainda mais quando eu descobri que ele foi um dos mais distintos professores de Lógica da Universidade de Oxford.

O sonho de Alice foi um daqueles bem reais, embora não tenha nada de realista. Aumentar, diminuir, nadar nas próprias lágrimas, almejar um lindo jardim, conversar com os animais, buscar alguma lógica na irracionalidade completa. Um reino de cartas de baralho, elementos ingleses como a rainha, o chá e o críquete. Tudo atrelado aos detalhes, uma crítica sutil, quase que imperceptível, disfarçada de “história infantil”.

Chegando ao final do livro, senti falta de elementos que eu achei (não sei por que) que faziam parte do enredo. O tabuleiro de xadrez e o espelho se perderam em alguma outra estória...


***RESENHA POR CLARISSA REOLI***

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