Esse
livro não me veio como tantos outros que já li, foi um livro lido em PDF, em um
tempo ocioso como o qual eu não poderia fazer mais nada. Entre uma infinidade
de arquivos disponíveis, escolhi esse, confesso que pelo número de páginas
(125). Não sei se de tanto ouvir, se de imaginar, ou se por ter visto o filme,
eu já tinha uma pré-concepção do que as páginas me reservavam. Pois foi com
surpresa que vi tudo se desconstruir, e essa é a mágica do livro, qualquer
livro! Não para Alice, que diz logo nas primeiras linhas: “– E para que serve
um livro [...] sem figuras nem diálogos!” (CARROLL, 1865, p.5).
Alice
no País das Maravilhas foi um livro que me cativou mais do que eu esperava, com
uma narrativa cheia de diálogos e uma dinâmica gostosa e diferente. Logo de
cara me identifiquei com a Alice, sua estimação por gatos e sua curiosidade
imaginativa e preguiçosa.
“Então, ela pensava
consigo mesma (tão bem quanto era possível naquele dia quente que a deixava
sonolenta e estúpida) se o prazer de fazer um colar de margaridas era mais
forte do que o esforço de ter de levantar e colher as margaridas...” (CARROLL,
1865, p.5).
A
partir desse pensamento, Alice passa de um estágio letárgico, para o sono, que
vem em formato de sonho alucinógeno que ela não distingue da realidade. Pensei
logo de cara que o Lewis Carroll tinha “fumado um” pra escrever esse livro, no
mínimo! Ainda mais quando eu descobri que ele foi um dos mais distintos
professores de Lógica da Universidade de Oxford.
O
sonho de Alice foi um daqueles bem reais, embora não tenha nada de realista.
Aumentar, diminuir, nadar nas próprias lágrimas, almejar um lindo jardim,
conversar com os animais, buscar alguma lógica na irracionalidade completa. Um
reino de cartas de baralho, elementos ingleses como a rainha, o chá e o
críquete. Tudo atrelado aos detalhes, uma crítica sutil, quase que
imperceptível, disfarçada de “história infantil”.
Chegando
ao final do livro, senti falta de elementos que eu achei (não sei por que) que
faziam parte do enredo. O tabuleiro de xadrez e o espelho se perderam em alguma
outra estória...
***RESENHA POR CLARISSA REOLI***
***RESENHA POR CLARISSA REOLI***
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