FICHA TÉCNICA
ISBN: 9788581301570
Idioma: Português (Brasil)
Número de páginas: 255
Geração
Holocausto Brasileiro é
um livro-reportagem de autoria de Daniela Arbex. Foi publicado, em junho de
2013, pela Geração Editorial, A obra foi estabelecida a partir de um conjunto
de reportagens investigativas feitas pela autora e publicadas online e impressas no Jornal Tribuna de
Minas, de Juiz de Fora – MG em novembro de 2011. As reportagens basearam-se num
extenso material documental e fotográfico, conquistando vários prêmios
jornalísticos e resultando numa belíssima obra.
O livro apresenta, em detalhes, o requinte de crueldade que era utilizado nos internos do Colônia, que eram forçados a ficarem nus sob um frio de rachar a pele, comendo porcaria ou até ratos, rodeados por baratas e moscas, dormindo sobre a palha no cimento, tudo isso entre uma sessão de eletrochoque e outra, ou espancamento, ou mesmo lobotomia. Muitos praticaram trabalho forçado. Após morrerem de todo tipo de doença ou violência, seus corpos eram vendidos para faculdades de medicina, e sua passagem pela vida, apagada como se inexistente. Cabe ressaltar, que entre esses internos não se encontravam apenas portadores de algum distúrbio mental, muitos deles estavam ali por não possuírem documentos, por serem epilépticos, alcoolistas, homossexuais, prostitutas ou mesmo por se opor à algum político. Segundo dados oficiais, pelo menos 60 mil pessoas morreram por trás dos muros do Hospital.
O livro apresenta, em detalhes, o requinte de crueldade que era utilizado nos internos do Colônia, que eram forçados a ficarem nus sob um frio de rachar a pele, comendo porcaria ou até ratos, rodeados por baratas e moscas, dormindo sobre a palha no cimento, tudo isso entre uma sessão de eletrochoque e outra, ou espancamento, ou mesmo lobotomia. Muitos praticaram trabalho forçado. Após morrerem de todo tipo de doença ou violência, seus corpos eram vendidos para faculdades de medicina, e sua passagem pela vida, apagada como se inexistente. Cabe ressaltar, que entre esses internos não se encontravam apenas portadores de algum distúrbio mental, muitos deles estavam ali por não possuírem documentos, por serem epilépticos, alcoolistas, homossexuais, prostitutas ou mesmo por se opor à algum político. Segundo dados oficiais, pelo menos 60 mil pessoas morreram por trás dos muros do Hospital.
Tirar esses 60 mil mortos e os poucos sobreviventes da invisibilidade é justamente a proposta da obra. E nesse aspecto, o livro cumpre com grande êxito a missão de preservar a memória do inferno dantesco que boa parte dos manicômios representaram ao longo da história não só no Brasil, mas no mundo. Além de incomodar, Holocausto Brasileiro é doloroso, quase repugnante e angustiante.
A existência do Colônia e de muitos outros sanatórios como este se deve a um conjunto de fatores históricos que vão desde a prática irresponsável da medicina, principalmente da psiquiatria, passando por uso em plena era moderna de técnicas medievais para conceituar e tratar a loucura. Misture-se a isso, ainda, o preconceito, a ignorância e o oportunismo de alguns.
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Para reconstituir a história do hospício, a autora entrevistou pacientes sobreviventes, psiquiatras, ex-funcionários. Foi pesquisar a fundo a história da luta antimanicomial no Brasil, revirou arquivos, leu Foucault e encontrou o acervo fotográfico de uma reportagem-denúncia feita pela revista O Cruzeiro, com imagens que por si só já contam essa triste história.
Daniela escreve com lirismo e seu texto flui, o leitor não sente o avançar das páginas. Mas em nenhum momento o livro, apesar de descrever aberrações cometidas de humanos contra humanos, apela para o sensacionalismo.
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A narrativa do livro é dividida em terceira pessoa para contar os relatos dos sobreviventes e de quem testemunhou o período e em primeira pessoa quando a autora expõe sua opinião. A capa é composta por fotos reais e a diagramação está caprichada com dezenas de fotos tiradas na época, principalmente, pelo fotógrafo Luiz Alfredo.
Hoje existe o Museu da Loucura numa antiga instalação do hospício e serve como um lembrete terrível dessa época.
"UM GENOCÍDIO COMETIDO, SISTEMATICAMENTE, PELO ESTADO BRASILEIRO, COM A CONIVÊNCIA DE MÉDICOS, FUNCIONÁRIOS E TAMBÉM DA POPULAÇÃO, POIS NENHUMA VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS MAIS BÁSICOS SE SUSTENTA POR TANTO TEMPO SEM A OMISSÃO DA SOCIEDADE".
***RESENHA POR DHIEGO ALPIN***
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